A análise a seguir reflete sobre a opinião pública nas redes sociais a respeito dos impactos da Covid-19 no tratamento de câncer.

Mais de 31 mil publicações foram coletadas e analisadas pela plataforma de social listening War-Room STILINGUE entre os dias 01 de março e 23 de abril.

  • Pontos de atenção e oportunidades de conteúdos informativos
  • Posicionamento de especialistas

O que o público geral diz?

Imagem 1: Gráfico de termos relacionados do War-Room STILINGUE
Como ler o gráfico: os termos do centro são os mais conectados com a comunidade, mas suas extremidades contam diferentes histórias. Já o tamanho dos círculos indicam a relevância dos assuntos nas discussões.

Menções ao câncer aparecem, em sua maioria, em dois cenários: (a) em meio listagem de doenças que podem acarretar uma evolução desfavorável para àqueles que forem infectados pela Covid-19 como pacientes de diabetes, AVC e tuberculose; e também, (b) em comparativo sobre letalidade de doenças, como forma de conscientizar a população a respeito de medidas preventivas e cuidados gerais.

Discursos pessoais sobre interferências no tratamento da doença surgem pontualmente por usuários sem expressividade.

Infelizmente, dados sobre Covid-19 entre pacientes de câncer são escassos pouco descritos, impactando diretamente para discussão rasa e restrita em ambiente online.

Percebe-se assim uma oportunidade para divulgação de conteúdos especializados com informações relevantes para este grupo seleto de cidadãos. 

O que a comunidade médica diz?

Imagem 2: Gráfico de termos relacionados do War-Room STILINGUE
Como ler o gráfico: os termos do centro são os mais conectados com a comunidade, mas suas extremidades contam diferentes histórias. Já o tamanho dos círculos indicam a relevância dos assuntos nas discussões.

Imunidade é a principal preocupação quando se fala da relação Covid-19 e pacientes de câncer.

Mesmo sem dados conclusivos ou estudos que tragam resultados expressivos, perfis de médicos repassam conteúdos com pesquisas e literatura médico científica que ajudem na discussão mais especializada.

  • Vitamina D
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Como ler o gráfico: os termos do centro são os mais conectados com a comunidade, mas suas extremidades contam diferentes histórias. Já o tamanho dos círculos indicam a relevância dos assuntos nas discussões.

Como os tratamentos quimioterápicos ou radioterápicos são extremamente invasivos, estudos mostram presença de hipovitaminose D em muitos casos. Cenário semelhante aos infectados pela Covid-19. Estudo recente desenvolvido pela Universidade de Turim refletiu sobre a reposição da vitamina D nestes casos, mas perfis de profissionais da saúde reforçaram inconclusividade no tema.

  • Vacina BCG
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Como ler o gráfico: os termos do centro são os mais conectados com a comunidade, mas suas extremidades contam diferentes histórias. Já o tamanho dos círculos indicam a relevância dos assuntos nas discussões.

Com um efeito modulador da resposta imune, a vacina BCG, muitas vezes, é utilizada no tratamento de câncer de bexiga para diminuir a possibilidade de desenvolver outras doenças como Diabetes tipo 1 ou infecções respiratórias.

No Brasil e Japão, por exemplo, a vacina BCG é obrigatória e está no calendário vacinal, sendo aplicada em recém-nascidos logo no primeiro mês de vida. Ao contrário de EUA e Itália que não possuem essa obrigatoriedade. Estudos têm cogitado relação deste comportamento com as formas mais brandas ou não de Covid-19.

  • Live com Drauzio Varella, Óren Smaletz e Karol Pinheiro
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Como ler o gráfico: os termos do centro são os mais conectados com a comunidade, mas suas extremidades contam diferentes histórias. Já o tamanho dos círculos indicam a relevância dos assuntos nas discussões.

Em conversa com a influenciadora digital Karol Pinheiro e os doutores Drauzio Varella e Óren Smaletz, médico oncologista do Centro de Oncologia e Hematologia Einstein, se atentaram a definir o que são os chamados “grupos de risco”: como conjuntos de pessoas que possuem risco para desenvolverem uma evolução desfavorável ou complicação de um quadro clínico que aumente as necessidades de cuidados intensivos, tais como idosos, com doenças cardiovasculares, respiratórias ou renais crônicos

No caso de pacientes oncológicos onco hematológicos, dr Óren reforçou que eles não possuem um risco aumentado, mas que precisam, sim, de mais cuidados. 

Outra preocupação levantada pelos profissionais de saúde recai sobre o momento de exceção que temos vivido com a pandemia. Segundo os doutores, o rigor científico antes imprescindível para a literatura médico científica não está sendo seguido. É o caso do compartilhamento de estudos a respeito da Vitamina D e da vacina do BCG, que até o momento, não apresentam resultados concretos que de fato aumentem a credibilidade das informações.

O que a comunidade científica diz?

Com abordagem distinta, biólogos, cientistas e infectologistas levantaram debates em relação à reorganização da sociedade frente ao isolamento, como:

  • Adoção de campanhas online de arrecadação em virtude do cancelamento de eventos, bazares e visitas às organizações de tratamento de câncer, mas que, infelizmente, trazem resultados inferiores à arrecadação presencial;
  • Cuidados especiais com visitas a pacientes;
  • Importância de manter doação de sangue para os bancos públicos;
  • Preocupação com a organização nas alas pediátricas e neonatais com bebês e crianças com câncer;

Author

É jornalista, pós graduada em Marketing e Estratégias Digitais, e mãe do Chico. Já foi garota do tempo e trabalhou na Cruz Vermelha alemã. Acredita na tecnologia, na educação e na comunicação como ciências para desenvolver pessoas e torná-las agentes transformadores da sociedade. Na STILINGUE, atua como Product Marketing Content tangibilizando e potencializando produtos e features através de valores.